"O veredicto sobre o caso extramarital foi suspenso e está sendo revisto, disse Ramin Mehmanparast, porta-voz da chancelaria, à TV estatal Press TV.
A mídia iraniana sugeriu que a sentença de morte por apedrejamento -- imposta por determinados crimes sob a sharia, adotada pelo Irã após a Revolução Islâmica de 1979 -- não será implementada, mas que Ashtiani poderá ainda ser executada por enforcamento.
Consideramos este um caso muito normal", disse Mehmanparast. "Este dossiê se assemelha a muitos outros dossiês que existem em outros países."
Em nenhum momento da entrevista, que foi dada na língua farsi mas foi transmitida com tradução simultânea para o inglês, ele mencionou a palavra "apedrejamento", referindo-se apenas à "sentença de morte" de Ashtiani.
Direitos humanos
Na vespera, governo iraniano havia afirmado que países estrangeiros não devem interferir no sistema legal do país e deveriam parar de tentar converter o caso em "problema de direitos humanos".
Manifestantes protestam contra sentença de morte por apedrejamento dada a irariana Sakineh Mohammadi Ashtiani perto da Torre Eiffel, em Paris. (Foto: Reuters) |
O caso da mãe de dois filhos, de 43 anos, condenada à morte por ter feito sexo ilicitamente e acusada de envolvimento no assassinato de seu marido, provocou ultraje internacional.
O caso provocou uma onda de protestos internacionais e piorou ainda mais a relação do Irã com as potências ocidentais, já abalada pela questão nuclear.
O Brasil ofereceu asilo a ela, e o Vaticano se manifestou contra o castigo "brutal". Um porta-voz do governo chegou a dizer que o "furor" internacional era baseado em informações equivocadas sobre o caso.
CondenaçãoO grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional disse que Ashtiani foi condenada em 2006 por ter tido "uma relação ilícita" com dois homens e recebeu 99 chibatadas.
Depois, ela foi condenada por "adultério enquanto estava casada" e sentenciada à morte por apedrejamento, segundo a organização.
O advogado de Ashtiani, Mohammad Mostafaei, fugiu para a Europa em julho para não ser preso e, na segunda-feira, apareceu em entrevista ao lado do ministro francês do Exterior, Bernard Kouchner, que o descreveu como "herói dos direitos humanos".
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